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19 de Abril de 2024

Congresso derruba veto à impressão de voto pela urna eletrônica

Dilma vetou trecho da reforma política que previa voto impresso. De acordo com o TSE, isso geraria custos de R$ 1,8 bilhão.

Publicado por Lucas Bezerra Vieira
há 8 anos

Congresso derruba veto impresso de voto pela urna eletrnica

O Congresso Nacional decidiu, na noite desta quarta-feira (18), derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff ao trecho da reforma política que previa a impressão, pela urna eletrônica, do registro do voto do eleitor.

Segundo o projeto, esse comprovante seria depositado em um local lacrado após a confirmação pelo eleitor de que a impressão estava correta. Ao justificar o veto, Dilma argumentou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manifestou-se contrariamente à sanção do item porque isso geria "altos custos", com impacto de R$ 1,8 bilhão.

Primeiro, a Câmara apreciou o veto. Foram 368 votos pela derrubada, 50 pela manutenção e uma abstenção. Eram necessários ao menos 257 votos contrários ao veto. No Senado, também foi alcançado o mínimo necessário de 41 votos pela derrubada. Ao todo, foram 56 votos pela derrubada e 5 pela manutenção. Para a derrubar de um veto, é necessário que as duas casas tomem a decisão nesse sentido.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou a emissão de recibo nas urnas e destacou que isso vai gerar despesas. “Esse projeto é inconstitucional, aliado ao custo adicional que isso vai promover”, afirmou.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu a derrubada do veto. Para ele, a impressão de comprovante nas urnas vai dar “transparência” ao processo eleitoral. “É um instrumento que vai melhorar o sistema político e dar mais transparência às eleições”, declarou.

Na mesma linha, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu a emissão de recibo, para que o resultado eleitoral possa ser conferido, se houver auditoria determinada pela Justiça Eleitoral.

“Considero a urna eletrônica um passo muito importante. O que se busca aqui é um aprimoramento a mais. Hoje, pesquisas mostram que oito em cada 10 eleitores acham positivo que numa eventualidade, determinada por juiz eleitoral, possa haver a conferência dos votos”, afirmou.

Doação empresarial

Mais cedo, o Congresso decidiu manter o veto da presidente Dilma Rousseff a trecho da reforma política que permitia a doação de empresas a partidos políticos. O veto de Dilma atendeu a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), do dia 17 de setembro, de declarar inconstitucional o financiamento empresarial de campanha.

A doação de pessoas físicas continua permitida, num limite de até 10% de seu rendimento no ano anterior à eleição. O artigo do projeto de reforma política que trata de doação de empresas e que teve o veto mantido diz o seguinte: "Doações e contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais poderão ser feitas para os partidos políticos a partir do registro dos comitês financeiros dos partidos ou coligações".

Ao justificar o veto, a presidente Dilma Rousseff se baseou na decisão Supremo. "A possibilidade de doações e contribuições por pessoas jurídicas a partidos políticos e campanhas eleitorais, que seriam regulamentadas por esses dispositivos, confrontaria a igualdade política e os princípios republicano e democrático, como decidiu o Supremo Tribunal Federal - STF", diz a justificativa.

Outros vetos

Nesta quarta, os deputados também mantiveram outros dois vetos da presidente Dilma Rousseff e derrubaram outro. Um dos vetos mantidos excluiu a extensão da política de reajuste real do salário mínimo para todos os aposentados e pensionistas. A regra de aumento do mínimo consiste na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, mais a inflação.

O governo batalhava para manter o veto com o argumento de que a extensão das correções para aposentadorias geraria um gasto adicional de R$ 300 milhões em 2016. Nos próximos quatro anos, a despesa somaria R$ 11 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Planejamento.

Outro veto preservado impede a aplicação de alíquota diferenciada sobre a folha de pagamento do setor de vestuário. O projeto aprovado pelos deputados previa alíquota de 1,5% sobre o faturamento. Com o veto, a alíquota passa a ser de 2,5%. Os deputados mantiveram esse veto, por entender que reduziria a arrecadação do governo.

Na noite de terça (17), os parlamentares mantiveram o veto de Dilma ao reajuste de servidores do Judiciário, um dos temas que mais preocupavam o governo. O custo da correção salarial seria de R$ 5,3 bilhões no ano que vem, de acordo com cálculo do Ministério do Planejamento. Em quatro anos, até 2019, o custo total seria de R$ 36,2 bilhões.

O único veto derrubado é o que extinguia o prazo de 15 dias para que os bancos repassem 70% dos valores de depósitos judiciais aos estados, municípios e ao Distrito Federal. Esse prazo de 15 dias constava da proposta inicial aprovada pelo Legislativo, mas acabou vetado pelo governo sob o argumento de que a nova lei não previa um período para que as instituições financeiras desenvolvessem a tecnologia necessária para implementar as regras, “o que levaria a severa dificuldade de sua concretização”.


FONTE: G1

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30 Comentários

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Bom...
Esse Voto Através de urnas eletrônicas é a coisa mais bizarra que existe e facilita as FRAUDES como bem temos presenciado nas últimas eleições, haja visto que PAÍSES que se DIZEM DESENVOLVIDOS não adotam este sistema, justamente por saberem da propensão às FRAUDES ELEITORAIS.
Pasmem! Até o PARAGUAI não quis adotar e temos visto eleitores de tantos outros PAÍSES depositarem seus votos através de PAPEL.
Chega de hipocrisia! continuar lendo

Pelo menos uma noticia boa. Urna eletrônica com voto em papel. continuar lendo

As supostas fraudes das"últimas eleições" também valem para os estados onde os tucanos venceram? Ou só para as eleições presidenciais? continuar lendo

Cleiton. Fraudes foram questionadas em diversas redes sociais. Contagens resetadas e reiniciadas, pessoas impedidas de votar pois quando chegaram alguém já havia votado por esse. Fora aquele final tanto quanto estranho em porcentagem aferida.

População com duvida é contraria ao principio da TRANSPARECIA, não me venha com discurso partidário de PT continuar lendo

Companheiro Ciro Moreira Ivanoski, o Paraguai recentemente nos deu uma lição de democracia quando da extirpação do cargo de presidente do bolivariano Lugo.
Tão logo confirmadas as ingerências do então presidente da Venezuela em assuntos internos do Paraguai sob a tutela de Carlos Lugo o congresso paraguaio se reuniu e decidiu pela deposição do presidente Lugo em questão de horas.
Temos ca um Presidente do senado com processo parado no STF há 2 anos, um Presidente da Câmara dos deputados com reputação pior que a maioria dos bandidos que temos atrás das grades país afora e ainda uma Presidente da República que em qualquer país sério estaria atrás das grades desde o caso Pasadena então nos resta aplaudir os vizinhos paraguaios e sonhar que um dia sejamos como eles...
Nunca d'antes sonhei ser, peito estufado de orgulho, paraguaio! continuar lendo

Prezado Ciro, precisamos sim é divulgar o PDL Projeto de Decreto Legislativo 1.508/2014 que, deveria estar tramitando na Câmara dos
Deputados. Com quase 200 assinaturas de Deputados/as, aguarda
uma ampla mobilização da sociedade para que a mesa "Diretora"
tenha a coragem de fazer o mesmo tramitar.

Pós manifestações de Junho de 2.013 em que milhares de indignados
foram para as ruas, quase 500 entidades (maioria de movimentos socias
e sindicais) organizaram uma Consulta Popular (Plebiscito Popular)
que obteve apoio de quase 8 milhões de brasileiros/as, só não foi
maior a participação devido a total omissão da grande midia que,
é controlada por meia dúzia de familias, obviamente, não deseja qualquer mudança no sistema Politico.

O objetivo do Plebiscito Popular, além de politizar é fazer pressão nos
poderes para a realização de uma Ampla Reforma do Sistema Politico,
mas não pelo poderes (deputados/senadores) e sim pela sociedade organizada que deve eleger delegados/as e ou representantes com
a tarefa de mudar o Sistema Politico, via Assembléia Nacional Constituinte mas, exclusiva e soberana realizaremos as mudanças que o Brasil
precisa e espera tem séculos. Como "vivemos" em um estado democratico
de direito, o Plebiscito agora precisa de oficial (convocado pelo tal Congresso)

O Brasil conta com o apoio de todos/as.

Fraterno abraço continuar lendo

Agora quero ver dilma e assemelhados se elegerem. É ruim, hem! continuar lendo

Se vai ter voto impresso, não precisa de urna eletrônica. Conclusão lógica.
Voltemos então ao tempo das cavernas... continuar lendo

Facilidade de contagem a automatização pela urna. O papel seria somente a garantia, no caso de recontagem. um backup seguro de fraudes.

A maior potencia do mundo e outros países bem mais desenvolvidos usam voto de papel. Onde está a caverna nisso? continuar lendo

Caro Raphael,
Apesar de você não ter um rosto, vou me dedicar a responder seu comentário.
Se a maior potência do mundo usa voto de papel, e se o Brasil pretende um dia chegar a ser uma grande potência mundial, então mandemos as urnas eletrônicas para reciclagem e voltemos às cédulas de papel. Já! Se antes funcionava, por que mudaram, não é mesmo? Quanta bobagem esse negócio de evolução tecnológica, não?
Aproveitemos e vamos jogar fora nossos celulares que facilitam nossa vida e voltemos ao tempo do telefone fixo e orelhões; vamos jogar nossos PC's e notebooks fora e voltar a usar as máquinas de datilografia. E-mails? Que nada... vamos escrever cartas e postar no correio, esperando que o destinatário as receba em 5 ou 10 dias.
A tecnologia existe para facilitar as nossas vidas. Sem ela, é voltar ao tempo das cavernas, sim!!!
Ademais, seu argumento de que o papel "seria somente a garantia, no caso de recontagem. um backup seguro de fraudes", não se sustenta. Seria, isso sim, um custo a mais para a realização das eleições. Convenhamos que isso não seria muito recomendável nos dias de hoje...
Portanto, ou uma ou outra forma de realizar as eleições, meu caro. As duas juntas seria uma perda de tempo e recursos preciosos. continuar lendo

Entendo, que a transparência só não é bem vinda a quem tem algo a esconder. A duvida deve sempre ser dissipada, Posturas a defender a manutenção da duvida demonstram má fé e o reconhecimento/acobertamento da possibilidade de fraude eleitoral com uso da urna eletrônica, postura que com certeza de democrática nada tem e que certamente você não compactua. Quanto aos custos, se este for o preço a pagar pelo fim da roubalheira sairá barato! continuar lendo

Importante lembrar que a derrubada no veto não significa que as próximas eleições terão voto impresso, o STF já derrubou em 2013 a exigência de voto impresso que estava previsto em uma lei de 2009 depois da mesma ter sido suspensa a pedido do MP, pode muito bem fazer o mesmo de novo. Na minha modesta opinião o melhor modelo de votação eletrônica é o sistema argentino, um sistema de 4a geração muito superior ao nosso daqui. continuar lendo